quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Memê da Nanah

[5] U.S. Mangá [Detonator Orgun]
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“Allan, onde você arranja esses desenhos que eu nunca vi na vida?” U.S. Mangá era exibido em horários esdrúxulas na extinta Rede Manchete [23h00min], e passava minisséries, de 20 ou 30 capítulos, em formato Anime. O que mais me marcou foi o Detonator Orgun, onde havia uma corporação que criava pessoas com o único intuito de transformá-las em máquinas de guerra sem sentimentos. Mas a convivência com os poucos humanos que restavam no mundo pós 3ª Guerra Mundial avivou o sentimento de fraternidade nas “irmãs sintéticas” Shinobu Sensuichi E Any Sensuichi, que, no controle de seus imensos robôs de batalha, guerrearam, por duas corporações adversárias, até a morte de ambas. O momento em que as irmãs, com lágrimas nos olhos, se matam... Esse desenho deveria ser proibido para menores... Muito destruidor... Muito perturbador... Fiquei quase um mês com aquela cena na cabeça!!!
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[4] Caverna do Dragão
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Seria o mundo paralelo o inferno? Seria Mestre dos Magos o Demônio? Seria Tiamat um anjo? Seria o Vingador o verdadeiro herói da série? Seria Uni um emissário do Mal? Seriam os seis personagens cadáveres caminhando por uma eternidade de dor e sofrimento? Existem muitas especulações acerca de Caverna do Dragão, o desenho mais tenebroso dos anos 80, mas em verdade, ele jamais foi concluído. Eu lembro que, em minhas neuroses conspiratórias, ficava criando finais alternativos para a série, mas o que mais me divertia era ver o Eric, o cavaleiro, reclamando de tudo e de todos. Sempre me identifiquei com personagens mal-humorados...
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[3] Kissyfur

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Seria este simpático ursinho fruto de minha mente perturbada? Eu acordava às 08h00min todos os dias em 1992 para assisti-lo no SBT. Kissyfur fugiu com seu pai do circo onde eram maltratados, e foram morar na floresta, onde fazem vários amigos [inclusive um javali muito punk!], que lhes protegiam dos malvados donos do circo, que queriam os ursos de volta a qualquer custo. Um episódio memorável é o da corrida até o lago, onde Kissyfur diz: “O último a chegar ao lago é um ovo podre!” – a isso, o javali retruca: “Oba! Adoro ovo podre!”. Kissyfur, parte integrante de minha infância!
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[2] Carmen San Diego
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O auge da imoralidade brilhante. Carmen San Diego, famosa ladra espanhola, sempre trajando seu elegante blazer vermelho e botas de couro [ladras góticas... este mundo está perdido...] infernizava a vida de uma organização secreta da polícia estadunidense, uma espécie de braço inteligente da Interpol, realizando assaltos cinematográficos a galerias de arte sem disparar uma bala sequer. Ela não queria dinheiro. Ela não queria artefatos de valor ou mortes desnecessárias. Ela, em um desenho supostamente infantil, usava sua inteligência para assaltar, deixar complexas e intrincadas pistas e, desta forma, ridicularizar a polícia! Além da temática avessa ao comum autoritarismo militar, ela tinha uns comentários feministas que eu sempre adorei [... “Meu caro sargento, o senhor não consegue me capturar porque a inteligência masculina, geneticamente falando, se encontra na perna direita do segundo cromossomo ‘X’...”]. Ah... A alegria de meus nove anos...
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[1] Cavaleiros do Zodíaco
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Seiya de Pégaso, Shiryu de Dragão, Hyoga de Cisne, Shun de Andrômeda e Ikki de Fênix. Mais que um simples anime. Uma filosofia de vida. A despeito da violência “exagerada”, todas as mensagens de superação e amizade que a série passa são inspiradoras. Quem já tentou inverter o fluxo da água do chuveiro com o “Cólera do Dragão” [ou tentou congelar a caixa d’água com o “Pó de Diamante”, como eu fiz...], sabe do que estou falando. Além dos vários episódios épicos. Eu duvido que, alguém que realmente ame CDZ, não tenha sentido um aperto no coração na luta do Shiryu contra o Dragão Negro [para ser sincero, em todas as lutas do Shiryu], ou no momento em que Cássius se deixa assassinar por Aioria de Leão em nome de seu amor por Shina. Eu seria capaz de contar a série inteira sem maiores problemas, mas só como recomendação, assistam a luta final de Hyoga de Cisne contra seu mestre Camus de Aquário.
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EXECUÇÃO AURORA!!!
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Assemblage 23: "Anthem"

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Cortes de cabelo

Às vezes, nos sentimos impotentes, ou mesmo inúteis, por não conseguirmos fazer certas coisas. Uma delas é cortar os próprios cabelos. Já se deram conta do quão fácil é cortar os cabelos alheios; e, ao mesmo tempo, o quão desastroso é o resultado quando tentamos cortar nossas próprias madeixas? Estive pensando a respeito.
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Eu acredito que em certos casos, como em situações de hipermetropia, a visão acaba sendo prejudicada pela proximidade. Aproximamo-nos tanto para obtermos melhor noção de como são as coisas e as pessoas, que acabamos deixando passar detalhes importantes, que precisam de certa distância para que possam ser realmente apreciados. É como um quadro de Claude Monet. De perto, a catarata do artista se reflete em sua obra, logo, a distância é necessária para que se note a beleza. Estamos perto demais de nossos cabelos. Por isso, quando tentamos cortá-los naquele modelo que ficou lindo na atriz X ou Y, acabamos cometendo erros primários. E o pior: culpamos-nos por esses erros. Será possível?
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É fato: ninguém pode cortar os próprios cabelos perfeitamente. É como escrever nas próprias costas. Precisamos que alguém nos ajude. Não por sermos inúteis ou débeis, mas por sermos humanos [“e precisarmos de Amor, assim como todos precisam”].
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Certas atitudes invariavelmente residem em nossas mãos e tesouras. E a cada dia, se aprende um corte novo. A estética e as revistas de cabeleireiro estão sempre se atualizando. Então, dizer que “não consegue fazer determinado corte” é assumir que simplesmente não quis ler o último exemplar da revista. E todos nós lemos, embora, às vezes, não nos lembremos claramente de todos os cortes. Nessa hora, o instinto dos antigos barbeiros de Sevilha, que reside em cada um de nós [sejamos de ascendência italiana ou portuguesa], fala mais alto. É como a mãe que, mesmo tendo seu primeiro filho, sabe que deve amamentá-lo. O instinto está em todos nós.
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Eu admiro mulheres que saibam cortar cabelos alheios. Mas admiro muito mais aquelas que sabem deixar que lhes cortem as madeixas.
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Texto para minha “amiga grande”.
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Sigur Ros: "Vidrar Vel Til Löftarasa"

Roubei da Manda...

Achei divertido e resolvi fazer. Como das vezes que fiz essa brincadeirinha [responder a perguntas usando trechos de músicas de uma determinada banda] usei Lacrimosa, resolvi me voltar para uma outra banda muito amada e meio abandonada, o The Sisters Of Mercy!
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1- Qual é o seu nome?
"Planeta Negro" ["Black Planet"]

2- Onde você mora?
"Este é um mundo pequeno e ele cheira mal" ["Vision Thing"]

3- Descreva-se:
"Flores no arame farpado" ["Ribbons"]

4- O que as pessoas pensam sobre você?
"Me foda e case comigo enquanto eu for jovem" ["Driven Like The Snow"]

5- Onde queria estar agora?
"Mostre-me algo bonito. Mostre-me o mar" ["Marian"]

6- Como é a sua vida?
"Eu vi os melhores dos homens se apressarem. Eu não quero ser o último. Dê-me algo rápido." ["Something Fast"]

7- O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?
"Uma coisa que eu sei... eu quero MAIS. E eu quero todo o Amor que eu puder ter." ["More"]

8- O que você vê ao seu redor?
"Eu ouço os filhos da cidade e os despossuídos. Se curvam. Se despem. Se embelezam como você e eu, que temos o reino e o rei. Nós temos o Império, assim como eles, mas não duvidamos e não temos direção." ["Lucretia, My Reflection"]

9- Como está o seu coração?
"Estou feliz, aqui na chuva" ["Lights"]

10- Fale sobre o seu passado:
"Jesus nunca veio." ["No Time To Cry"]

11- Escreva uma frase sábia:
"Mate o rei quando amar for a lei" ["This Corrosion"]

12- Agora, despeça-se:
"E quando a chuva cai, você escolheria ir ou ficar? Você escolheria andar? Você escolheria ficar? Você iria? Iria embora." ["Walk Away"]
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The Sisters Of Mercy: "Good Things"

domingo, 6 de janeiro de 2008

this mortal coil: "I Come And Stand At Every Door"

Eu venho e paro em todas as portas,
mas ninguém ouve meu silencioso temor.
Eu bato e ainda assim permaneço sem ser vista
Porque eu estou morta. Porque eu estou morta.
Eu só tenho sete anos, embora eu tenha morrido
Em Hiroshima a muito tempo trás.
Tenho sete anos agora como tinha na época.
Quando as crianças morrem, elas não crescem.
Meu cabelo foi chamuscado pela chuva silenciosa.
Meus olhos enfraqueceram. Meus olhos morreram.
A Morte veio e transformou meus ossos em poeira
E ela foi carregada pelo vento.
Eu não preciso de comida. Eu não preciso de arroz.
Eu não preciso de doces, nem mesmo de pão.
Eu não peço nada para mim mesma,
Porque eu estou morta. Porque eu estou morta.
Tudo que eu peço é por paz.
Você luta hoje. Você luta para morrer.
Então, que as crianças do mundo
Possam viver e rir e amar e brincar.
---xXx---
Manda, obrigado por alegrar aquele dia manco de trabalho. Nesses momentos, eu amo o acaso. Que ele nos leve a mais risos despropositados e a mais discussões de adulto com risos de criança. E lembrando: Deus não é bom, e nem é gótico. Quem é bom é o povo!!!
Amizade verdadeira: recomendada para momentos de tristeza crônica.


Laibach: "Wat (iTurk Mix)"