quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Retrospectiva MMVIII... por quê?

[Cris d'Aveugle]
Engraçado, mas as pessoas parecem gostar de terminar e iniciar ciclos em dados momentos .Iniciar dietas (mas só na segunda feira). Iniciar processos para parar de fumar (assim que eu terminar esse maço), iniciar a academia (logo que eu terminar a faculdade), iniciar um relacionamento sério (assim que eu estiver financeiramente estabilizado). Quantas promessas, não? Será que metade delas serão cumpridas? Ou ainda, será que metade delas serão respeitadas? E se a segunda feira não chegar? E se você morrer no penúltimo cigarro? E se a faculdade te segurar por nove anos? E se você não conseguir estabilidade financeira?
[25 Minutes To Go (live)]
E se você morrer amanhã???
[How Shall Our Judgement Be Carried Out Upon The Wicked?]
Respeito estes ciclos de virada de ano, embora não me enquadre neles. O que me preocupa é a maneira como as pessoas se prendem a isso. Por que é necessário esperar até o próximo ano para doar sangue, abraçar seu filho ou dizer a aquele amigo ou amiga que o ama? Por que é necessária a ascenção do "espírito natalino" para levar comida à populações carentes. Crianças não têm fome durante os outros onze meses do ano? Seria isso caridade com hora marcada, ou na realidade, uma forma de aliviar a consciência perante o desconhecido (e temido)?
[Lonely Woman]
Acredito que se alguém faz o possível para aliviar o sofrimento de outrem, suas razões para fazê-lo são não fazem tanta diferença para quem tem o sofrimento minimizado. Mas, no íntimo do benfeitor, fazê-lo por medo, dinheiro ou convicção ideológica são atitudes com pesos absolutamente diferentes. Então, por que não sermos "egoístas" e fazermos o bem também a nós mesmos ao ajudar o próximo? Por que não fazer deste ato de desprendimento algo que nos trará alegria e coisas boas a longo prazo? Por que não durante os outros onze meses?
[See That My Grave Is Kept Clean]
Então, tentando me fazer compreender utilizando-me do "subconsciente coletivo", Utilizar estes últimos dias de MMVIII para planejar como "se fazer bem" daqui para frente pode ser uma atitude interessante.
[Artemis]
Agora, voltando a ser eu mesmo, afirmo que não sou tão diferente. Almejo a melhora sempre, mas ainda me sinto preso a velhos discursos, velhos preconceitos, velhas tradições que, analisando friamente, percebo que são inúteis, verdadeiras geradoras de "anátemas sufocantes". Mas eu não quero isso para mim. Não quero desejar às pessoas algo que não acredito como sendo verdadeiro. Não quero planejar, reavaliar, e chegar à conclusão que nada mudou, nem mudará. Eu faço. Eu mudo. Eu sou.
[This Is The Law Of The Plague]
Seja em MMVIII ou em MMIX, eu sou.
[Iron Lady (live)]
Pensem nisso companheiras. Eu não sou um exemplo a seguir. Sou um amigo a se ouvir.

MMVII-MMIX

Às queridíssimas companheiras de Blogosfera: Amanda, Dayane, Su/Severina, Natália, Jaya, Barbara, Veronica, Laura & Robs - muita beleza & sorrisos. Não a beleza da modelo magrela e anêmica da capa de revista. Não o sorriso do OPTLMK. Tudo em sua real concepção. Tudo orgânico!!! Grato por sua paciência comigo!!!

Küssen und Bis Bald.

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A trilha sonora que embala estas linhas é de autoria de Diamanda Galás.
A trilha sonora que embala esta página é uma forma de compartilhar meu Amor com todos que a visitam.

Diamanda Galás: "Birds of Death"

domingo, 7 de dezembro de 2008

Pesquisa recente.

Boa noite, caríssimos companheiros. Resolvi fazer um mapeamento, ou melhor, uma pesquisa, e analisar os dados coletados. As fontes são da mais absoluta confiança. O objetivo principal deste trabalho é saber, sob diversos aspectos, quem é Ellen Nunes.
"Você traiu o movimento filosófico, véio"
Dado Dollabella sobre Ellen Nunes.

"Na Reversal Russa, Ellen Nunes se apaixona por você."

Reversal Russa sobre Ellen Nunes.

"Essa, por incrível que pareça, eu não peguei. Acho que ela não gosta muito de mim. Não sei por quê."

Chuck Norris sobre Ellen Nunes.


"Eu filosofava mais de mil. Foi David Hume qui botô pra nóis bebê!"

Jeremias José sobre Ellen Nunes.

"O editor dessa página só fala dela. Acho que ele gosta dela."

Capitão Óbvio sobre Ellen Nunes.


"Mais alfafa, por favor."

Friedrich Wilhelm Nietzsche (traduzido do dialeto eqüino por Cavalo de Fogo) sobre Ellen Nunes.


"Poser."

Tr00 gótico dumal sobre Ellen Nunes.


"Não me bate, pelamordedeeeeeeeeuss!!!!"

O mesmo Tr00 gótico dumal acima, após encontrar o noivo de Ellen Nunes.


"Mal criada!
é boca sujammm! Sem vergonhammmm! Sem vergonhammmm!"
Sílvio Santos sobre Ellen Nunes.


"Você não é louca de fazer isso."
Uma moça qualquer que teve um vestido qualquer consumido por um elemento da natureza qualquer sobre Ellen Nunes.


"Ela nunca fica no cantinho da disciplina..."

Super Nanny sobre Ellen Nunes.


"Você quis dizer Alérgica a Renê, Descartes?"
Google, sobre Ellen Nunes.

"Eu falava da coisa em si. Ela é a coisa em toda a escala cromática."

Immanuel Kant sobre Ellen Nunes.


"Penso, logo, compro um Playstation II cor-de-rosa."

René Descartes sobre Ellen Nunes.

"Ellen, eu sou seu pai."

Darth Vader sobre Ellen Nunes.


"Não, EU sou sei pai!!! Nem vem, Vader!!!"

Satã sobre Ellen Nunes.


"Ellen Nunes non ecziste."

Padre Quevedo sobre Ellen Nunes.


"MORRA, SEIYA!!!"

Qualquer um sobre Ellen Nunes.

"Ela representa o Holocausto!!!"

Presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Morangos Carentes sobre Ellen Nunes.

Enfim chegamos à conclusão de que, após 41 meses de pesquisa, todos os resultados apontam para mais um sem número de meses de satisfação ininterrupta.


IX LIBIX YE!!!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ich habe Angst von die American Dream... I


"Olá, Chicago! Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.

Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis. Somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA.

Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain. O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.

Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses. Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama. Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.

Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.

A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos Estados Unidos da América.

A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho. À melhor equipe de campanha formada na história da política. Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir.

Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.

Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.

Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa. Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.

Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um Governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês.

Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim. Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.

Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.

Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.

O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos.

Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.

Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono. Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.

[to be continued...]

Ich habe Angst von die American Dream... II

Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.

Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.

Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.

Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.

Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.

E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.

E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.

Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.

Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.

Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.

Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.

Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.

Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação.

E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar.

Podemos.

EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer. Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos? Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.

Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.

E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.

Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América".



Barack Hussein Obama II,
Presidente eleito dos Estados Unidos da América


-//-

Boa sorte.

Boníssima sorte

...

... para o resto do mundo.

Rammstein: "Amerika"

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Anti-Sionismo

[Laibach: “Nippon”]

Nós somos o povo escolhido por Deus.

Nós representamos todo o sofrimento e toda a superação, e isso nos confere a perfeição sob os olhos do Senhor.

Nós baseamos a justificativa de nossas ações em verdades que são genuínas somente para nós.

Nós havemos de encontrar o Paraíso, e se, para que isto ocorra, alguns devam ser sacrificados, que assim o seja.

Nós defendemos nosso solo sagrado, e se, para que isto ocorra, alguns devam ser sacrificados, que assim o seja.

Nós quase fomos destruídos por aqueles que não demonstram o mínimo de compaixão ao defender seus interesses. Verdadeiros monstros.

Nós destruímos quem cruzar nosso caminho, pois defendemos sem misericórdia nossa honra e nossos interesses. Verdadeiros heróis.

Nossa Terra Sagrada foi usurpada por um povo de crenças bárbaras e costumes repugnantes, mas havemos de limpar nosso amado solo destes vermes imundos.

A supremacia de uma raça é uma barbárie sem igual. A única supremacia que pode ser defendida, por ser absolutamente diferente, é a supremacia do credo. Do nosso credo.

Vivemos sob a glória de Deus, e abençoados com o dinheiro que corre pelo mesmo mundo dos pagãos.

[Christian Death: “StairsUncertain Journey”]

Controlamos a maior nação do mundo, e graças a eles, podemos manter nosso Estado, tendo como bode expiatório o povo que outrora [quando abandonamos nossa tão sacra terra] nos usurpou.

Nós demonstramos como sobrevivemos a tudo, simplesmente sendo mais violentos e destruidores que aqueles que tentaram nos eliminar.

[Celtic Frost: “Necromantical Screams”]

Nós fechamos um círculo de Poder indissolúvel, mas isso não representa, de forma alguma, segregacionismo ou apartheid.

Nós exaltamos nossa superioridade perante o resto do mundo, mas não nos comparamos aos monstros que planejavam nossa destruição.

Nosso poder é tão evidente que qualquer manifestação que nos ofenda, ou que cite os que planejaram nossa absoluta extinção, é considerada crime, passível de sanções legais.

Estamos acima da liberdade de expressão.

Estamos acima da lei, pois nossa lei monetária é a que orienta o mundo.

O mundo será eternamente responsável por nosso sofrimento, logo, estamos livres de qualquer responsabilidade.

O povo inferior que disputa, em vão, nosso solo sagrado conosco, haverá de sucumbir perante a “demonização” realizada por aqueles que nos servem.

O sangue dos cordeiros que nos protegeu a caminho de Canaã será mais uma vez derramado.

Nosso livro sagrado diz: “Não ajuntais tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem.”, mas mesmo assim, os bancos da nação mais poderosa do mundo estão recheados do nosso capital.

Nossa estrela sextavada é tão manchada de sangue quanto as suásticas usadas por Hitler ou a foice e o martelo erguidos por Stalin, mas ainda assim é visto como símbolo de orgulho.

Nós temos orgulho em ser sionistas.


Bandeira da OLP.

[this mortal coil: “Carolyn's Song”]

Israel é um Estado Terrorista. Palestinos foram sumariamente expulsos de terras que ocupavam a gerações, em um processo muito semelhante ao de Varsóvia. A supremacia do credo judaico me faz lembrar tal supremacia ariana. Enfim, os sionistas não estão muito longe dos nazistas, mas há uma diferença entre as duas correntes de pensamento: os Nazistas são assumidamente crentes em sua superioridade, os sionistas, não.

E tudo isso por ver uma camiseta com a estrela de Davi, tendo os seguintes dizeres: “Israel: O Povo escolhido por Deus”. Eu teria vergonha de ter como meu povo escolhido um Estado Terrorista.


Ludwig von Beethoven: "Moonlight Sonata"

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Luz & Escuridão

Luzes

As luzes brilham claramente pelo nevoeiro de sódio.
A noite se aproxima e a luz do dia se vai.
Ignore as vozes, rejeite o dia,
Pela novíssima escuridão, pelo reluzente êxito.

Bem, devem ter havido planos melhores
Mas nenhum que eu pudesse entender.
O sinal da esmeralda, o verde sobre o preto...
As luzes dizem: "mova-se"; dizem: "nunca olhe para trás".

E então eu encontro outro lugar onde eu nunca fui visto.
Encontro outro lugar onde a chuva fica verde.
Onde a esmeralda cintila na escuridão novamente.
Onde a esmeralda cintila na chuva.

As luzes brilham claramene pelo nevoeiro de sódio
A noite se aproxima e a luz do dia se vai
Mas há uma voz distante, quieta e clara,
Dizendo algo que eu nunca quis ouvir.

Bem, devem ter havido planos melhores
Mas nenhum que eu pudesse entender.
Eu vejo a esmeralda, vejo o sinal, vejo o verde sobre o preto.
Eu vejo as luzes dizerem: "mova-se", dizerem: "nunca olhe para trás".

E então eu encontro outro lugar onde eu nunca serei visto.
Encontro outro lugar onde o vermelho vira verde.
Onde a esmeralda cintila na escuridão novamente
Onde a esmeralda cintila na chuva, chuva, chuva

E eu estou feliz aqui
Na chuva
Na chuva
Na chuva, na chuva eu estou feliz aqui
Na chuva
Onde a esmeralda cintila na chuva.

The Sisters of Mercy
Lights
Some Girls Wander By Mistake
Mercyful Release
1992



~//~

[Das Ich: “Dorn”]

Vejo-me envolto em escuridão. E isso sem dúvida alguma me agrada. Talvez por “imaginar minha vida como um musical dos anos 30”, mas sem a parte branca dos filmes noir? – Talvez. Mas eu acredito que meu Amor pela escuridão tenha origens que eu, até pouco, desconhecia. É algo muito maior que o simples apelo visual. Algo que com sombra e sem dúvida, oblitera a estética. A presença satânica em meu ser? Se Deus é Amor, e Satã é progresso, definitivamente sou um acólito do segundo e sua escuridão me é companheira. Mas afastando-nos das adjacências da religião, crenças e amigos imaginários, possuo uma justificativa simples: eu odeio o caminho da mão direita. Eu odeio a luz.

[Opera IX: “Act II: Beyond the Black Diamond’s Gate”]

“A luz brilhando claramente pela neblina de sódio. A noite se aproxima e a luz do dia se esvai.” – assim foi dito por Andrew Eldritch em sua irrepreensível obra “Lights”. Ele, também, um dos que sarcasticamente zombava da luz. Zombava da “pseudo-fé” dos seguidores da luz. Mas será que, ao referir-se à luz, fala-se da entidade, do fenômeno, da companhia elétrica ou simplesmente da inocente e descompromissada alegria que causa inveja aos que residem na escuridão? Abram suas mentes, pois, uma vez aberta, assim como o esfíncter, ela nunca mais voltará ao tamanho original.

[Diamanda Galás: “Je Rame”]

Delimitemos o que seria, então, o caminho da luz. De acordo com minha vida e experiência de 22 invernos, o caminho da luz:

· Excomunga os que caminham na escuridão;

· Afirma desejar que a humanidade lhe siga;

· Faz uso de poderes da escuridão em nome da manutenção de sua própria glória;

· Domina mentes, se mostra belo e vistoso aos olhos de todos e invariavelmente responsabiliza à escuridão por suas próprias atrocidades.

Mas neste estranho panorama, agora que está delimitado o que caracteriza o caminho da luz, eu tenho algumas observações a realizar acerca de cada tópico iluminado. Primeiramente, parece-me extremamente estranho afirmar desejar todos sob a glória da luz, e ao mesmo tempo, excluir e execrar os que vagam pela escuridão. Estranho, mas coerente, afinal, nestas engrenagens de pensamentos, uma chave inglesa travou todo o funcionamento da máquina da seguinte maneira: SE não há luz para todos, a escuridão é absolutamente necessária. SE os que permanecem na luz calcam suas posições nas costas dos que vagueiam em trevas, elevar as trevas à condição de iluminação significaria perderem seu sólido e ebâneo alicerce. SE não faz sentido as trevas desejarem socorro por parte da luz, e muito menos sentido faz as trevas desejarem se igualar à luz, se faz necessária a destruição da luz.

[Therion: “Clavícula Nox”]

Sim, meus caros. As trevas hão de dominar, após a morte da luz.

[PJ Harvey: “Pocket Knife”]

E no mundo pelas trevas construído e dominado, a luz há de se curvar. A luz que hoje dá esmolas para afastar o remorso da consciência [e talvez o lixo humano da sociedade] haverá de se arrastar, descalça, suja e trajando trapos, nas estações de metrô por ela outrora freqüentadas. A luz que hoje desrespeita a individualidade e as idiossincrasias haverá de ter como único ponto de igualdade a dor eterna! A luz que hoje incinera o prostíbulo após o devasso e delicioso orgasmo lá obtido, haverá de encontrar seu destino com a genitália esmagada sob saltos agulha das mesmas prostitutas deformadas que lhe entregaram os corpos para a “negra luxúria”.

[The Sisters of Mercy: “Body Electric”]

E por que tudo isso, você deve estar se perguntando, não é? A resposta é simples, simples como beber água: Dor. A luz causa dor. A luz deve ser destruída em meio ao mar de dor por ela criado.

Relato de quem teve costas, joelhos e auto-estima feridos pela luz, e que hoje dedica sua existência à destruição da mesma.

Nine Inch Nails: “Closer”

sábado, 4 de outubro de 2008

O quarto é seu - I

[Björk: “Hyper-Ballad”]

Pai, Filho, Espírito Santo & Você.

Preto, branco, vermelho & Você.

Daniel Johns, Chris Joannous, Bem Gillies & Você.

Bronze, prata, ouro & Você.

Cristãos, judeus, islâmicos & Você.

Heterossexuais, bissexuais, homossexuais & Você.

Cronos, Mantas, Abadon & Você.

Sim, não, talvez & Você.

Vida, morte, coma & Você.

Cliff Burton, Jason Newsted, Robert Trujillo & Você.

Gestapo, SS, Totenkopf & Você.

H. 0.9, D.C., Johny & Você.

Contrabaixo, piano, bateria & Você.

[Christian Death: “Incendiary Lover”]

Na ida, na vinda, na volta & Você.

Oral, anal, vaginal & Você.

Bondage, submissão, sado-masoquismo & Você.

Céu, terra, Inferno & Você.

Inferno, purgatório, paraíso & Você.

Oi! , Oi! , Oi! & Você.

“Pornography”, “Disintegration”, “Bloodflowers” & Você.

“Kill’em All”, “Ride the Lightning”, “Master of Puppets” & Você.

Tônica, terça, quinta & Você.

Tônica, quinta, oitava & Você.

“Unforgiven”, “Unforgiven II”, “Unforgiven III” & Você.

Literatura ufanista, Ultra-Romantismo, Literatura Condoreira & Você.

Cachorro, gato tartaruga & Você.

Ré, dó sustenido, si & Você.

Altura, largura, profundidade & Você.

Hitler, Himmler, Mengele & Você.

Básico, intermediário, avançado & Você.

Esquerdo, direito, cu & Você.

Kurt Cobain, Krist Novoselic, Dave Grohl & Você.

Joe Satriani, Steve Vai, Yngwie Johann Malmsteen & Você.

K, W, Y & Você.

The Sisters of Mercy, The Sisterhood, The Mission & Você.

BlutEngel, Terminal Choice, Tumor & Você.

“Reign In Blood”, “Eternal Devastation”, “Master of Puppets” & Você.

Lealdade, Igualdade, Fraternidade & Você.

Unidade, Justiça, Liberdade & Você.

“Dummy”, “Portishead”, “Third” & Você.

Sexo, drogas, rock and roll & Você.

Coturnos, suspensórios, ultra-violência & Você.

Socialismo, Comunismo, Anarquismo & Você.

[Portishead: “Numb”]

Preto, branco, cinza & Você.

Dentro, em transição, fora & Você.

Não sei, não quero saber, tenho raiva de quem sabe & Você.

Pinga, açúcar, limão & Você.

Machucar, machucar muito, morrer & Você.

Vencer, perder, fugir & Você.

Dead, Euronymous, Varg Vikernes & Você

Anelar, médio, indicador & Você.

Bélgica, Suécia, Alemanha & Você.

Mayhem, Burzum, Darkthrone & Você.

Derrota, reflexão, superação & Você.

Eu, ela, ela & Você.

O quarto é seu - II

Tudo o que existe, existe de maneira hermética? As questões que se iniciam por “se”, seguem intercaladas por um “logo”, e terminam em um conclusivo ponto final; devem estas questões ser visualizadas enquanto intocáveis anátemas? A suástica estará eternamente associada ao Nazismo, e estarão eternamente amaldiçoados à incompreensão os seguidores de Ganesha? Eu me pergunto.
[Björk: “5 Years”]
Tudo está intima & irreversivelmente relacionado? Seria inconcebível a idéia “X”, que fosse contra conceitos pré-idealizados, simplesmente existir, não associada a nenhum outro valor semântico? Neste momento, me pergunto por que o Dadaísmo não uma matéria obrigatória na grade curricular do Ensino Fundamental. Talvez as pessoas conseguissem compreender as flores como flores, e não como “representações da capacidade sexual/frutífera das plantas”, ou outros inúteis, descabidos e perigosos preciosismos. Mas contento-me com a leitura de Alberto Caeiro, que também funciona bem contra este mal.
[Herb Alpert: “Bittersweet Samba”]
Poderia, ao acaso, existir uma transgressão de todas as regras estabelecidas? Bom, as chaves para a expulsão de Lilith do Éden, a maldição sobre a descendência de Eva & Adão, a Ordem dos Cainitas, o surgimento das vanguardas e muitos outros acontecimentos de extrema importância para o progresso da humanidade se deram em virtude da transgressão. Então, penso que deva haver uma razão para a inibição eterna da transgressão por parte daqueles que portam a luz (questões de luz e escuridão serão tratadas em um texto à parte). A manutenção da situação vigente, talvez? Sim, encontramos a resposta em uma sentença simples: SÃO-NOS APRESENTADOS NÚMEROS LIMITADOS DE ALTERNATIVAS PARA A MANUTENÇÃO DA SITUAÇÃO VIGENTE.
[The Birthday Party & Lydia Lunch: “Big Jesus Trash Can”]

[Adendo do exemplo: O jornalista, sociólogo e professor da ECA-USP Ciro Marcondes Filho trata deste panorama em seu “Violência Política”, de 1987, atendo-se aos meios de comunicação]

[Nine Inch Nails: “Wish”]
Eu, insuflado pelo teor político pré-eleitoral, poderia fechar os significados deste texto no âmbito político, mas ele se encaixa também em outros olhares. Todos os tipos de olhares.
[Marisa Monte: “Depois de Ter Você”]
Meus caros companheiros leitores, por muitas vezes visualizamos opções escassas à nossa frente. Mas a abstinência também é uma opção, e isso quase nunca é lembrado. Mostram a brincadeira das estelinhas vermelhas do Jason (cuidado com o “Domingo 13”); os urubus vestidos de azul; até o DEMO CRAvou suas mãos nas mentes de muitos (e olha que o representante máximo do DEMO CRAva as marcas de seus pés rumo ao topo do mundo com métodos quase totalitários), mas ninguém mostra que pode-se apertar o 00 e o botão verde. Cuidado com o Domingo Cinco! Há uma atriz muito bonita ensinando como entregar o controle de sua vida nas mãos deste ou daquele, ou mesmo como entregar sua escolha a là Tabula Rasa. Mas lembre-se: você não é obrigado a escolher entre os piores e os “menos piores”. Você pode simplesmente dizer não. Você tem o quarto caminho. E, se você quiser, o quarto é seu.

Metallica: “... And Justice For All”

sábado, 20 de setembro de 2008

O sacrifício

[Nina Simone: “Don’t Explain”]

O chá verde que esquenta a fria madrugada acabou de sacrificar-me sua última gota.

Eu sacrifiquei meus pés para ter de volta o suado dinheiro que empreguei para assistir Trent Reznor & Cia.

[Laibach: “WAT”]

Sacrifiquei meu tempo ao comprar o ingresso para o show do Judas Priest.

Sacrifico as pontas dos dedos, articulações, falanges, falanginhas & falangetas, carpos & metacarpianos ao digitar um texto que tem como mote de glosa especificamente o sacrifício.

Minha vida é cheia de sacrifícios. A cada momento, sacrifico a capacidade de meu pulmão direito em virtude do esquerdo, idem & ibidem. Por vontade, talvez? Tendência suicida e/ou masoquista e/ou mártir e/ou franciscana ao sacrifício interminável, talvez? Autopunição, talvez? Baixa auto-estima, talvez? Ou talvez nada além de um ponto de vista deturpado pela tradição em sofrer aos olhos de todos? Talvez? Pois bem, então analisemos o contexto do sacrifício a partir de um prisma externo a meu egoísmo misantropo, cuja Sala de Justiça se encontra no infinito particular de meu umbigo.

[Mascagni: “Intermezzo, de ‘Cavalaria Rusticana’”]

A humanidade se acostumou com a idéia do sacrifício, ou estou errado ao pensar que todos nós, humanos sujeitos à putrecina e à cadaverina, somos perfeitos após a morte? Nossos defeitos não são apagados ao cruzarmos os véus etéreos dos esquifes para servirmos de banquete aos vermes? Bem, partindo da atraente idéia de uma suposta adoração póstuma, na qual toda ignomínia de nossos seres será relegada ao esquecimento, a idéia do sacrifício, seja qual for a causa (haja causa ou não) me parece até mesmo um tanto romântica. Mas será que esse romantismo parte de mim, ou fui condicionado, por frases como “Viveram pouco para morrer bem. Morreram jovens para viver eternamente.” – dedicada aos heróis (? – eu não sei; não estava lá.) da Revolução Constitucionalista de 1932? Isso, eu creio que, mesmo após um sacrifício de alguns milhares de células nervosas, não saberei.

[Lacrimosa: “Einsamkeit”]

Mas, e quando não haverá a morte (quando o ceifador espera atrás da porta e se recusa a entrar)? E quando o sacrifício não liberta do jugo opressor? E quando o sacrifício só traz consigo mais dor e angústia? Qual caminho seguir? Encontrar razões, talvez? Mas há tantos loucos nos manicômios, com tantas razões & certezas, que é incoerente acreditar que justamente a minha estaria correta, ou estou errado? Então, resta ainda a dúvida: por que o sacrifício, se nada lhe vêm em retorno? A resposta é simples, simples como beber água (mas em nenhum momento afirmei que esta é a resposta correta, ou mesmo verdadeira, ou ainda mais, crível & verossímil): simplesmente NÃO EXISTE sacrifício sem recompensa.

[Laibach: “Get Back”]

Um se sacrificou em uma cruz e até hoje tem seu nome citado, mesmo pelos que afirmam odiá-lo (Extra! Extra! Notícias do Jornal Underground In War!!! Black Metal prestes a levar um tiro de um Dark em um famoso cemitério da capital de SP implora: “Pelo Amor de Deus!!!”) – um outro resolveu ceifar a própria vida em abril de 1994, deixando teorias que preenchem as cabeças de jovens até os dias de hoje. Outro que, ao morrer (a mais de 20 anos), já não era sequer a sombra de seus dias de glória, ainda hoje estampa camisetas que afirmam que o bendito não morreu. E o que dizer de um que abriu completamente “As Portas da Percepção”, para fechá-las afogando-se em uma banheira (ou seria em devaneios lisérgicos?)? Quantos, não?

[For My Pain…: “Autumn Harmony”]

Enfim, a questão é que todos estes sacrifícios tiveram o tal retorno póstumo, mas existem sacrifícios em vida, e o retorno para estes, eu afirmo com violência (simplesmente porque a violência me agrada e dá mais ênfase às minhas idéias, ainda que as mesmas sejam infundadas), é assaz questionável. A sensação de não incomodar? Ferir a si próprio para desviar a flecha do peito daquela que outrora foi chamada de Deusa da Guerra? Será que a flecha atingiria o peito da Deusa da Guerra, se o nobre cavaleiro não entrasse na frente (em tempo: assistam ao filme “Prólogo do Céu” – ilustra bem o que digo)? Nascemos n’um mundo em guerra, com armas para nossa sobrevivência. Logicamente, a humanidade se ajuda desde os tempos mais primórdios, mas a auto-preservação ainda é a mais alta das leis (Amar ao próximo? Perdão, mas sigo outro Evangelho. “‘Amar ao próximo’ tem sido dito como a lei suprema, mas qual poder fez isso assim? Sobre que autoridade racional o evangelho do amor se abriga? Por que eu não deveria odiar os meus inimigos - se o meu amor por eles não tem lugar em sua misericórdia?” – LAVEY, Anton Szandor. 1969). Sendo assim, aceitar a dor, para, desta forma, sentir mais dor; e caminhar sobre espinhos para deleitar os dedos dos pés no sangue de quem carrega um bebê de 180 kg é inadmissível!

[Ana Carolina: “Nada Te Faltará”]

Sim, mas quem sou eu para afirmar o que é admissível ou não? Que autoridade eu, que não me sacrifiquei pela humanidade ou por uma causa social & publicamente nobre (de que vale o sacrifício não levado a público, para a criação da imagem de mártir?), possuo? A autoridade de alguém suficientemente estúpido para cometer todos os erros e sacrifícios inúteis descritos nas dolorosas e pungentes palavras acima.


London After Midnight: “Sacrifice