sexta-feira, 21 de março de 2008

Nojo gay

[Type O Negative: “Burnt Flowers Fallen”]

Estranheza? Talvez. Risos? Provavelmente, frutos de uma ignorância congênita jamais curada. Raiva? Creio ser o primeiro passo para a aceitação pessoal. Nojo? Nojo??? Alguém poderia me explicar, por mil demônios, por que NOJO??? Qual é o pecado ou crime? Talvez, o maior erro seja nadar contra a maré do ódio.

[Marilyn Manson: “Putting Holes In Happiness”]

Sempre imaginei que certas características fossem naturais de localidades menos instruídas de meu país, todavia, engano-me mais uma vez. Em habituais passeios pelo centro de minha amada São Paulo, onde a plebe e os patrícios convivem em sua harmoniosa desarmonia, deparo-me com imagens e situações que fogem à compreensão humana. Minto. Fogem à compreensão de qualquer um que preze pela cartilha da coerência de atos e palavras. Deparo-me com aqueles que emporcalham minha gloriosa cidade. Mas não com pratos plásticos de pamonha ou latas de Coca-Cola Zero, e sim com sua nauseante presença. Nazista, eu? Acalmem-vos, nobres leitoras, o ponto de vista é naturalmente outro. É exatamente destes que trato. Nazi Raus!!! Porém, minhas caras leitoras, se ao acaso imaginam que me refiro a WP’s ou Nazi punks, enganam-se. Refiro-me à atitude nazista de cada dia. Além de Kassab, a Totenkopf está em nós.

[Cordel do Fogo Encantado: “O sinal ficou verde (ou além do Bem e do Mal)”]

Sim, pode parecer radical, mas são os “normais” que diminuem os parias, ou não? – Neste ponto, deveis estar a indagar-vos: “E o nojo lido no início do texto?”. Pois é, minhas caras... Relatar-vos-ei uma experiência vivida a pouco, crendo, desta forma, dirimir qualquer dúvida entre a relação morfológica desta construção textual cheia de tijolos apodrecidos.

[The Garden Of Delight: “Christendom”]

Estava eu a caminhar pelas imediações da Sé, Anhangabaú e outras localidades do centro, com minha “jaqueta de nacionalista de merda, fascistinha filho-da-puta”. Após ser cordialmente cumprimentado por alguns skinheads e skingirls desconhecidos [nacionalistas, não nazistas], somando mais ou menos uns 15 elementos, deparo-me com uma cena inusitada. Havia duas garotas subindo em direção ao Centro Cultural Banco do Brasil. Estavam de mãos dadas, uma usava a camiseta do Teatro Mágico e tênis All Star, enquanto sua companheira trajava uma singela blusa preta, calças jeans e uma delicada sapatilha. No punho desta segunda, havia uma pulseira que me remeteu aos triângulos roxos utilizados na Polônia nos anos 30. Tinha as cores do arco-íris. Parei para ver o que poderia acontecer. O que provavelmente iria acontecer.

[Borodin: “Danças Polovtsianas, de ‘Príncipe Igor’”]

Pois bem. As skingirls pararam o casal para conversar. Casal que, por inocência, talvez, não atentara para os bicos de ferro nos coturnos e os socos ingleses nos bolsos. Seria ali, em frente ao Bar Bohemia, uma representação da ultra-violência desnecessária e gratuita. Mas, felizmente [?] havia alguns representantes da Guarda Civil Metropolitana, que ao menos insuflaram certo receio aos falsos defensores do Brasil. Todavia, o problema central não é esse.

[Chico Buarque: “João E Maria”]

Posteriormente, ouvem-se comentários da seguinte natureza: “Tinha que bater mesmo. Se eu tivesse uma filha ‘sapatona’, nunca mais olhava na cara dela! Antes ter filha puta que ‘sapatona’”, ou também “Não sei por que a GCM se intromete. Errada são as mina. Ninguém é obrigado a ver esse monte de sapata e viado andando por aí. Nossa, veio, dois maluco barbado se beijando, que nojo!!!”, ou melhor, e mais simples & direto: “Duas mulheres, além de errado aos olhos de Deus, é nojento!”. E não são comentários vindos de nenhuma facção nazista ou fascista. São de gente normal, que pega metrô e trabalha para se sustentar. A estes, eu pergunto: “De onde vem seu nojo?” – Talvez quando estes senhores da moral e da sabedoria perceberem que a diversidade sexual só é pecaminosa e imoral por ser danosa ao capitalismo [é, este capitalismo tão execrado, este que vocês usam para atacar sem foco certo, e sem exato conhecimento], então, caiam em si, e vejam o quão estúpidos são.

[Morphine: “The Night”]

Para ignorantes, há cultura. Para preconceituosos, há o espelho de suas ações. O seu nojo me inspira ódio.

-+-xXx-+-

Agora, após esta singela expressão de repudio à homofobia, vamos aos selos...




Este aqui é by Naná. Vielen danke!!! Adorei o Astrobaldo!!!






Já este "Blogger del dia" veio... da Naná também...







Precious Illusions. Amei a arte... assim como amo Alanis. Fico assaz lisongeado por receber este, que, surpreendentemente, veio... da Naná!!!

Duvido vocês adivinharem quem me passou este selo... tempo... 5... 4... 3... 2... 1... Naná!!!




Já este selo, ao contrário de todos os outros, eu recebi da.. Naná [ok, já está perdendo a graça...]

E este, finalmente...diretamente do norte do país... indicação jayazística. Jaya, amei muito mesmo!!!


The Corrs: "Toss Of Feathers"

Para descontrair...

Sobre vegetarianismo...
Vou lhes contar sobre certa vez algo que me aconteceu, um fato não de alta transcendência; mas sim, precisamente jocoso. Contava eu já com alguns anos da prática vegetariana que, decerto, já havia me rendido algumas aventuras nesse mundo administrado extremamente por pessoas que, em maioria, pertencem à ordem dos onívoros. A compreensão desses segundos, ditos normais, para com os primeiros não é de fácil explanação, haja vista, os inúmeros problemas que detalharei doravante. Foram muitos os enganos já passados. Inúmeras também foram as discriminações sofridas, outrora igualmente, descasos. Como exemplo entre tantos casos posso citar que em determinadas padarias, alguns atendentes cismam freqüentemente que pizzas de mussarela têm de possuírem presunto. Sendo a pizza de mussarela como compreender a inserção do presunto? Sendo assim, às vezes indago ao atendente: - Senhor, eu não como carne e esta pizza, que está no menu deste restaurante e que recebe o nome de “pizza de mussarela”, veio com presunto! E em seguida o sujeito responde de pronto: - Mas não tem carne, só mussarela e presunto! Mas o presunto não é só artifício de pizzaiolos, ou mesmo mais uma substância que compõe uma gama da gastronomia mundial. Certa vez estava em um restaurante de uma cidade praiana, acompanhado de minha senhora, quando realizei um pedido de um simples macarrão alho e óleo. Esperei por alguns minutos. Eis que de repente, o indubitável acontece: o garçom nos traz a impagável surpresa; o macarrão não possuía apenas o seu normal, como estava descrito no cardápio, e sim, além disso, trazia junto a ele fragmentos do afamado presunto. Além desses infortúnios, vale ressaltar que nós, os vegetarianos, escutamos comumente algumas confusões ou perquirições inexplicáveis, tais como: - Você não come carne não é? - Não – respondo categoricamente. - E frango, você come? – Insistem, e não contentes ainda exultam mais: - Ah! Mas peixe você come, não é? Com tantos equívocos assim, às vezes imagino um vergel, uma horta, ou mesmo uma seara onde são colhidos presuntos, frangos ou peixes, penso que na cabeça dessas pessoas o presunto pertence indubitavelmente à categoria dos legumes, frutas ou vegetais. Porém, além dessas confusões uma grande aventura estava reservada a mim, quando de uma dissaborosa passagem numa empresa em 2005, onde exercia a função de assistente de biblioteca, da qual prefiro não entrar em minudências. Nesta tal corporação eu levava todos os dias um recipiente para se carregar comida, popularmente conhecido pela a alcunha de marmita. No momento sacro, o almoço, dirigia-me em direção ao refeitório e retirava minha pequena vasilha em meio a tantas outras que disputavam com afinco por um espaço, o que me lembrava uma cena do metrô da zona leste paulistana. Obviamente que confusões aconteciam. Naquele dia estava faminto, e em pouco tempo a localizei. Sentei e meditei por alguns segundos de olhos fechados e em seguida os abri. Após isso, abri também o invólucro de meu almoço. Assombrado, arregalei os olhos. Bestificado, não acreditava no que estava diante de mim. “Meu Deus, o que isso?” Pensei. Minha feição também preocupou uma companheira de trabalho que acabara de sentar a minha frente e que me perguntou sobre o que se passava comigo. E logo percebeu que eu havia cometido um erro grave, e que possivelmente, por engano, teria retirado uma outra marmita. A quantidade de carne que via naquele momento me levou a inquirir sobre a possibilidade de que o verdadeiro dono daquela marmita não era apenas um onívoro ou carnívoro. Provavelmente o sujeito proprietário daquela refeição era um descendente dos índios goytacazes que habitaram a costa litorânea do Rio de Janeiro nos séculos XV e XVI, dos quais adoravam um banquetinho antropofágico. Dentro da marmita havia gigantescos bocados de lingüiça, além de lombo, alcatra, maminha, picanha, lagarto, entre outros répteis e talvez até pedaços humanos, em meio a uma comedida porção de arroz e feijão. Este susto terrível marcou-me por muito tempo, algo que me induzira a não perpetrar novamente este erro por um longo período da minha vida.

Paulo Tácio
-+-xXx-+-
X
Texto muito divertido e interessante de meu nobre companheiro Paulo Tácio... outros deste camarada em breve figurarão nesta página.
X
Type O Negative: "Love You To Death"

Feliz Páscoa

[Nina Simone: “Ne Me Quitte Pas”]

Ressucita! Volta à vida de sua fétida tumba. Traz de volta aos nossos dias todo o Evangelho da podridão. Ressucita!

[Opeth: “In My Time Of Need”]

Tu és aquele perante o qual todos se curvam. Curvam-se por quê? É, por acaso, digno de reverência, aquele que ensina a anti-natureza? Aquele que diz a todo ser que tem o instinto, que ter tal instinto é errado; é este ser digno de louvores e glórias? Se não nos é interessante exercer aquilo ao qual nossa natureza nos inclina, por que criar-nos com tal inclinação? Para fazer-nos de títeres de escárnio? Talvez sim. Mas permanece a pergunta: o ser que ri de nós por puro sadismo merece seus joelhos dobrados?

[She Wants Revenge: “Written In Blood”]

Por mil demônios! Qualquer pessoa minimamente coerente compreende que a covardia é aceitável, mas tomá-la como filosofia de vida é absolutamente repugnante. Pois bem. O que é, senão um cão covarde, aquele que ensina a seus discípulos que, ao receber um tapa na face direita, deve-se oferecer também a esquerda?

[Chico Buarque: “Noite Dos Mascarados”]

Erguer a cabeça perante os algozes é a auto-preservação, a mais alta das leis. Uma vez foi dito que a Lei Maior é amar ao próximo, mas quem disse isso disseminou o Amor ou as guerras ao redor do mundo? O livro mais vendido da história, um verdadeiro tratado de paz e Amor; não é este mesmo livro o maior causador de guerras de todos os tempos? O que peço não é ódio ou revolta. É apenas coerência.

[Los Solistas de Zagreb: “‘Concierto en La’: 1.Allegro molto”]

Neste clima ameno, desejo a todos uma feliz celebração da suposta ressurreição do disseminador da “Filosofia do Fracassado”. Mergulho o dedo no sangue aguado do impotente salvador e, em sua fronte cravejada de espinhos, escrevo “Eis o Verdadeiro Príncipe dos Escravos”. Não há Deus. Há masturbação espiritual.

Ministry: "Jesus Built My Hotrod"