Um dia
Você vai estar sedento por uma mísera expressão de carinho. Um dia.
Um dia
Você vai estar sozinho.
Você vai sentir falta de um beijo e de um afago. Um dia.
Um dia
Você vai olhar para onde gostaria que eu estivesse, e vai sentir um imenso vazio.
Você vai lembrar amargamente de tempos em que coisas verdadeiramente bonitas não eram tão efêmeras.
Você vai pensar em tudo de bom que poderia ter sido feito nos momentos que permeavam seus gritos e explosões de raiva. Um dia.
Um dia
Você vai imaginar o que poderia estar fazendo, se não tivesse errado, errado novamente e repetido, de caso pensado, erros que serviam apenas para magoar, sem maiores propósitos.
Você vai olhar para suas roupas limpas e, de uma forma muito estranha, vai sentir falta de ter-me por perto (para sujá-las, talvez).
Você vai passar por este lugar onde eu estive, como um fiel companheiro, por mais de dez anos, e quando vir-lo vazio, seu coração assemelhar-se-á a ele.
Você vai passar com pedaços de pão, terá vontade de distribuí-los a mendigos, talvez. Mas você saberá que, em seu íntimo, não são os mendigos aqueles que você gostaria de agradar com um simples pedaço de pão. Sou eu. Mas você não poderá mais. Um dia.
Um dia.
Você vai querer alguém que seja suficientemente bravo & violento para te proteger, mas ao mesmo tempo, dócil e carinhoso para expressar alegria simplesmente pelo fato de saber que você está se aproximando; e em troca, peça apenas um sorriso e uma mínima expressão de Amor. E, neste momento, você não me terá por perto.
Você vai pensar no quão infernal era minha alegria. No quão infernal era minha tristeza. No quão infernal era tudo aquilo que se relacionava a mim. Em todas as minhas infernais expressões. E vai sentir falta. Muita falta.
Você vai chegar ao lar e vai estranhar o silêncio. O tétrico silêncio. O mórbido silêncio. O mortal silêncio.
Você vai se deleitar ao som de uma antiga vitrola, e vai estranhar não me ouvir, fazendo a “terceira voz” ao fundo. Você vai sentir falta.
Você vai querer algo que lhe mostre como a alegria está nas coisas simples da vida. Mas será tarde demais. Um dia.
Sniff Amir de Kinjan.
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Sem maiores comentários.
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Amduscia: "Fucking Flesh [Raw Mix]"
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Créditos da frase no título ao compositor Léo Canhoto, in "O Último Julgamento".
4 comentários:
Um dia já é tarde.
Primeiro, adorei aqui.
Segundo, obrigada pelo comentário no blog.
Terceiro, obrigada pelo comentário no "Chá das Cinco".
Quarto, um dia já é agora. Amanhã talvez não seja mais.
Quinto, essa enumeração ficou um saco.
Rs.
Um abraço!
:)
Puxa Monster! Que triste texto! Aconteceu algo com o Sniff? Ou é aniversário dele??
E por falar num dia, tá chegando o niver do zé. Será que a gnt vai se ver??
Bjus e se cuida
Luv U
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